Casal troca apartamento por barco, onde mora com cinco gatos

 11/05/2023

Casal troca apartamento por barco, onde mora com cinco gatos

Para o casal alagoano Aline Alves Fernandes e José Maria Pinto de Barros, o mar sempre foi o quintal, onde ela se esmera no windsurfe e ele passou a adolescência velejando de Laser. Embora a rotina de manutenção do catamarã seja dura e exigente, garantem que vale a pena.

Há quase dois anos o casal mora no catamarã de 36 pés Cat7Vidas com 5 gatos, daí o nome: Cat é abreviação de catamarã e significa gato em inglês, e 7 Vidas porque são 7 vidas a bordo. “Passeamos no veleiro de uns amigos quando fomos participar de um campeonato de windsurfe numa ilha, na Bahia. Adoramos, e ficamos pensando em investir em um veleiro para passear. Com a pandemia, decidimos investir em um veleiro para morar!”, conta Aline, que trabalha com TI.

“Meu sonho era morar no barco quando me aposentasse. Com o home office, percebemos que poderíamos antecipar o sonho para curtir mais a vida”, completa. E ela garante que não se arrepende nem por um segundo de ter trocado o apartamento pelo barco de 3 quartos, equipado com painéis solares que carregam um banco de baterias, garantindo energia para freezer, refrigerador, televisão, internet.

Para José, que se dedica exclusivamente ao barco, consertando, fazendo manutenção, abastecimento e revisão, a experiência é ótima, mas cansativa: “O dia a dia para o barco estar em ordem, em termos de segurança, é duro. O barco exige manutenção, é dispendioso e é muito trabalho. A rotina de viver a bordo é dura, tem que ter muita disciplina, mas a recompensa é boa. Os momentos bons fazem tudo valer a pena”.

Além do pôr do sol que eles assistem de camarote, já velejaram várias vezes para a Bahia, visitando ilhas como Itaparica e Madre de Deus, entre outras, e passaram 10 dias em Maragogipe. “Viajamos estando em casa, não precisamos fazer mala”, comemora Aline. “O melhor é que estamos sempre em contato com a natureza e conhecendo lugares novos, levando a casa junto”.

O casal só sossegou porque o barco está na fila para alguns reparos na Barra de São Miguel, como pintura de fundo e problemas na rabeta. “Estamos ansiosos para velejar”, dizem em uníssono.

Para o futuro, eles esperam poder viver exclusivamente do barco, quando Aline parar de trabalhar, e estudam a ideia de realizar charter — o fretamento do veleiro para passeios turísticos. Enquanto isso, encaram as delícias e os percalços da vida a bordo com os 5 gatos.

Entre as muitas aprendizagens, Aline destaca o desapego e o valor ao que é necessário: “Quando moramos em barco, vemos que menos é mais, porque nem tem lugar para guardar muita coisa. Começamos a dar mais valor à energia, água, porque não há regalias, mas confesso que sinto falta da praticidade do iFood!”.

O marido concorda: “Estamos gostando da vida no barco, não pensamos em voltar para terra. Sentimos falta de algumas coisas, mas no geral estamos felizes com o pouco que trouxemos, que é suficiente. É muito minimalista: pouca roupa, um par de sapatos… constatamos como tínhamos tanta coisa desnecessária. A grande lição que eu levo disso tudo é que não precisa de muito para estar bem, para estar feliz”.

Aline e José também fazem questão de ressaltar a solidariedade que permeia o universo náutico: “As pessoas ensinam e ajudam umas às outras. Se falta alguma peça, alguém se oferece para emprestar a que tem de reserva. Os amigos que vamos encontrando pelo caminho sempre têm uma dica valiosa. É impressionante como todo mundo se ajuda na comunidade náutica”.

Fonte: www.nautica.com.br


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