02/05/2020
Com toques do tricampeão de F1 Ayrton Senna, o projeto da lancha Senna 417 (de 41,7 pés), iniciado em 1992, ficou pronto em 1994. Ayrton Senna, porém, jamais chegou a ver a lancha em ação. Isso porque a primeira unidade construída pelo estaleiro Fast especialmente para ele só atracou no píer de sua casa, em Angra dos Reis, na manhã do dia 30 de abril de 1994, um sábado.
Para os fãs do piloto, gênio das pistas, essa data já diz tudo: era a véspera do trágico acidente do GP de San Marino, no circuito italiano de Ímola — nosso herói das manhãs de domingo, então com 34 anos, pilotava sua Williams-Renault quando se chocou contra o muro de cimento da curva de Tamburello, na sétima volta.
Por viver viajando, por causa do intenso calendário das corridas, Ayrton deixou a irmã, Viviane Senna, encarregada de acompanhar de perto a construção da lancha. Mas eles trocavam ideias por telefone a respeito de certos detalhes, como as cores a serem aplicadas, obrigatoriamente alegres, e a escolha dos tecidos, com estampas de motivos marítimos.
O nome do barco, A.S. Atalanta, foi escolhido pelo próprio piloto: o A.S. são as iniciais de Ayrton Senna, é claro, enquanto o Atalanta (inspirado na mitologia grega) se refere a uma guerreira muito veloz que somente se casaria com um homem que a derrotasse em uma corrida. Já a decoração ficou a cargo de Ana Cláudia Moreno, especialista em projetos náuticos e decoração de barcos.
Viviane providenciou também a construção de uma rampa na casa de Angra, para que a lancha pudesse ser guardada em terreno seco. Ayrton queria deixar tudo pronto para estrear a A.S. Atalanta no verão de 1994/95, quando estaria de férias na Fórmula 1.
Vinte e seis anos depois, ninguém conseguiu esquecer aquela manhã de domingo. Já a lancha de 41,7 pés praticamente saiu de cena. Registrada em nome da Ayrton Senna Promoções e Empreendimentos Ltda., a A.S. Atalanta permaneceu com a família do piloto até 2005, quando foi vendida a Sergio Assunção, da Infláveis Náutika, que por sua vez a repassou ao empresário Milton Minello, sócio do Iate Clube de Santos, que passou a navegar com ela pela região do Guarujá.
Fonte: www.nautica.com.br